Alimentação

Nos primeiros tempos a alimentação dos bebés não podia ser mais simples (nem mais barata): leite materno. Segundo as recomendações da Organização Mundial de Saúde, os bebés devem ser alimentados em exclusivo com leite materno até aos 6 meses de idade (a menos que haja indicação médica contrária), altura em que deve ser iniciada a diversificação alimentar. Esta prática só traz benefícios e não só para os filhotes, mas também para as suas mamãs. De seguida, algumas das vantagens.
  • É um alimento que contém tudo o que o bebé precisa, desde proteínas, água, vitaminas, ..., e anticorpos, que o protege de várias doenças tais como diarreia, alergias e pneumonia.
  • A sua digestão é mais fácil comparada com a do leite em pó, tornando menos frequentes os episódios de cólicas.
  • O ato de amamentar protege a mãe do cancro da mama e dos ovários.
  • É uma alimentação de custo zero e muito prática: o leite está sempre disponível e pronto a ser consumido. Não é necessário levantar a meio da noite para preparar e aquecer o leite, tal como no caso do biberão.
O ambiente onde se dá a amamentação deve ser harmonioso, calmo e tranquilo. Tanto a mãe como o bebé devem estar relaxados e serenos. Outras pessoas presentes só contribuem para que isso não seja assim, seja porque a mãe não se sente tão à vontade, porque o bebé se distrai facilmente ou porque há mais barulho resultante de conversas. Por isto, no meu entender, a amamentação devia ser vista como um ato privado entre a mãe e o bebé ao qual só o pai deveria ter acesso. E nenhuma outra pessoa, seja ela um familiar ou um amigo muito chegado, mesmo tratando-se de uma mulher, devia assumir que pode estar presente, porque o mais provável é a mãe não dizer nada, dar de mamar em frente a essa pessoa e a coisa não correr tão bem como devia, mais que não seja porque a mãe, em vez de estar unicamente concentrada no seu bebé, tem de "controlar" ou dar atenção a essa outra pessoa. Claro que cada caso é um caso e cada mãe saberá como gerir isto. Haverá quem prefira não ter ninguém presente e haverá quem não se importa de dar de mamar seja onde for.

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Se tudo correu bem, ou seja, se houve condições para a alimentação do bebé ter sido em exclusivo de leite materno até aos 6 meses, então nesta altura inicia-se a diversificação alimentar. No caso do meu filho começou mais cedo, pelos 4 meses, pois não estava a aumentar de peso tanto quanto devia. A introdução de novos alimentos deve ser feita segundo as indicações do médico assistente que acompanha a criança (pediatra ou médico de família) e na maioria dos casos deve fazer-se "ouvidos moucos" às sugestões de outras pessoas. Cada pessoa tem a sua opinião e portanto o melhor, e mais seguro, é seguir o que foi dito pelo médico. Há aqueles que sugerem começar pelas sopas e há os que sugerem começar pelas papas. Seja como for há algumas recomendações que penso serem gerais e válidas para qualquer caso.
  • Papas
    • Se for uma farinha látea significa que já tem leite na sua composição e portanto deve ser preparada com água. Se for uma farinha não látea tem de ser preparada com o mesmo leite que o bebé consome no momento. Basta seguir corretamente as indicações de preparação contidas na embalagem. Ainda de referir que a papa comprada deve ser adequada à idade do bebé e ter atenção ao glúten.
    • Papas com e sem glúten. Por norma as marcas vendem papas com glúten a partir dos 6 meses, no entanto o pediatra do meu filho disse para lhe dar glúten apenas a partir dos 7 meses. Sei que há outros que aconselham ainda mais tarde. Certo é que nunca deve ser dado antes dos 6 meses, mas mais uma vez não há nada como seguir as recomendações do médico.
    • Papas sem glúten preferida do meu filho: blédina de banana.
    • Papas com glúten preferidas do meu filho: blédina de bolacha maria e cerelac de 5 frutos.
  • Sopas
    • A primeira coisa a saber é que a introdução dos legumes e restantes alimentos na sopa deve ser feita espaçada, isto é, a introdução de um novo alimento deve durar um número mínimo de dias durante os quais não se experimenta nenhum outro alimento novo. Isto é importante para despistar possíveis alimentos aos quais a criança é alérgica. Se se der vários alimentos novos de cada vez e a criança desenvolver uma reação alérgica, torna-se mais complicado de saber qual o alimento que desencadeou essa reação, ao passo que se se der apenas um de cada vez sabe-se logo qual foi o motivador. O número mínimo de dias para fazer a introdução de um alimento deve ser definido pelo pediatra. O do meu filho disse que são necessários apenas 3, mas sei que há outros que aconselham mais tempo. O importante, mais uma vez, é seguirem o que o vosso médico aconselha.
    • A primeira sopa deve ser simples, constituída apenas pela base (batata + cenoura + cebola ou batata + cenoura + arroz).
    • Depois de tudo bem cozido a sopa deve ser bem passada. A varinha mágica serve, mas eu costumo usar o liquidificador.
    • A sopa deve ser fresca, ou seja, feita há pouco tempo. Uma solução para não ter de fazer sopa todos os dias é fazer uma maior quantidade de cada vez, deixar uma dose de fora e congelar o resto em doses individuais. Para esse efeito eu uso os copos da philips avent. E para me facilitar a tarefa colo uma etiqueta em cada copo com a seguinte informação: data em que a sopa foi feita, qual a receita e a quantidade.
    • Depois de a sopa estar aquecida e pronta a ser servida à criança, deve deitar-se um pouco de azeite no prato e misturar bem. Não sei se é a quantidade certa, mas eu deito uma colher de café. Ah!, e muito importante, nunca deitar sal na sopa!
    • Quanto aos legumes permitidos para oferecer ao bebé não sei dizer muito, principalmente se começar a comer sopa antes dos 6 meses. O meu filho só começou as sopas aos 6 meses e portanto acredito que nessa altura já quase todos os legumes sejam permitidos. A única restrição imposta pelo pediatra foi a de não dar leguminosas (feijão, grão de bico, ervilha, ...).
    • Carne e peixe na sopa. A dada altura começa a adicionar-se carne ou peixe à sopa (primeiro a carne e só mais tarde o peixe). As carnes devem ser brancas, frango, peru e coelho, podem ser cozidas juntamente com os legumes, e devem igualmente respeitar o número de dias de introdução. Por dose de sopa pode ser adicionada uma quantidade de 20 a 30g de carne (mas estas quantidades variam dependendo da idade da crianaça). Com o peixe tem de se ter mais cuidado por causa das espinhas. Sendo assim, o mais seguro é cozer o peixe à parte (até para não dar um sabor muito forte à sopa), verificar se tem espinhas e no final juntá-lo aos legumes para triturar tudo junto. Se for necessário adicionar água à sopa porque esta ficou muito espessa, pode juntar-se da água de cozer o peixe (desde que não dê um sabor muito intenso), mas atenção, essa água, ao ser adicionada, deve ser coada pois pode ter espinhas. Os medalhões ou lombinhos ultra-congelados acabam por ser muito práticos, pois normalmente não têm espinhas (mas não quer dizer que não tenham, mais do que uma vez encontrei espinhas). Quanto ao peixe que se pode dar, o pediatra falou-me apenas na pescada, mas penso que outros peixes brancos, como a maruca e a abrótea, por exemplo, são igualmente válidos. A quantidade de peixe por dose é mais ou menos igual à de carne.
    • Para finalizar, a quantidade de sopa que dou ao meu filho vai variando. Nos primeiros dias dava 160ml. Às vezes comia tudo, outras vezes não. Quando começou a comer sempre toda, aumentei para 180ml. Desde ai, congelo, normalmente, doses de 180ml e 200ml. O normal é dar-lhe 200ml. As de 180ml ficam destinadas para aqueles dias em que ele está menos bem disposto ou doentito, e em que já se sabe que vai ser mais difícil convencê-lo a comer.
  • Frutas
    • O meu filho começou a comer fruta aos 6 meses, quando começou as sopas. As primeiras frutas foram maçã, pera e banana (deve retirar-se os fios). Devem ser bem esmagadas ou trituradas na varinha mágica
    • Mais tarde (pelos 8 meses) teve liberdade para experimentar todas as outras frutas com as seguintes exceções: morangos e laranjas, kiwis, ananás, ..., ou seja, todos os frutos mais ácidos.
    • Deve igualmente fazer-se introdução durante os dias recomendados.
  • Alguns alimentos proibidos
    • Até 1 ano: clara de ovo, mel, marisco, amendoins, frutas já referidas, uma vez que podem causar, entre outras coisas, alergias.
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Não sou nem nunca fui grande cozinheira e como tal quando tive de começar a fazer as sopas para o meu filho fiquei algo assustada pois tinha receio de cometer erros, quer fosse na quantidade dos ingredientes, na quantidade de sopa dada, etc. Pela internet, procurei várias receitas e vi várias opiniões e sugestões. No final, acabei por seguir mais a minha intuição do que outra coisa. E até nem tem corrido mal. Às vezes lá sai uma sopa menos boa, provavelmente devido a uma junção errada de legumes, mas outras vezes até fica bem saborosa. E para me facilitar a tarefa quando o meu filho tiver um mano ou uma mana, e mesmo para repetir as receitas com mais sucesso e evitar as mais desastrosas, tenho apontado tudo o que faço acompanhado de uma anotação de se era boa ou não. Vou então deixar aqui algumas das receitas que me têm corrido melhor. Não vou dizer para a partir de que idade é que estão indicadas, pois como já referi várias vezes todas as pessoas têm opiniões diferentes incluindo os pediatras, e portanto é sempre preferível consultarem o pediatra do vosso filho para saberem o que é adequado em cada momento.

Recomendações gerais
  • Não sei onde vi isto nem me lembro bem da explicação, mas li algures que a sopa deve ser feita numa panela não anti-aderente e é assim que eu tenho feito.
  • Os legumes (e restantes ingredientes) devem ser cortados em pedaços pequenos e colocados na panela. Só depois se deve adicionar a água, pois assim sabemos mais facilmente que quantidade deitar para não ser em excesso. A água não deve cobrir a totalidade dos legumes. Se no final, após triturar a sopa, esta estiver demasiado espessa, é fácil de ajustar a consistência adicionando um pouco mais de água, mas o contrário já é mais complicado.
  • Deixar cozer cerca de 25 a 30 minutos em lume brando e com a panela tapada.
  • Se a sopa tiver alface, esta deve ser adicionada apenas 5 minutos antes do final da cozedura.
  • Nunca deitar sal na sopa.
  • Depois de preparada e pronta a servir, juntar um pouco de azeite e misturar bem.
  • Se a sopa tiver peixe, cuidado com as espinhas.


Primeira sopa
  • 4 batatas médias
  • 5 cenouras médias
  • 3 colheres de sopa de arroz
Ficou um creme espesso, aveludado, muito laranja.


Com alface
  • 4 batatas pequenas
  • 3 cenouras médias
  • 2 colheres de sopa de arroz
  • 9 folhas de alface
3 x 160ml + 1 bocado


Com alface e nabo
  • 4 batatas médias
  • 3 cenouras médias
  • 1/2 cebola média
  • 12 folhas de alface
  • 1/2 nabo
4 x 160ml + 1 bocado


Com alface e feijão verde
  • 3 batatas médias
  • 1/2 bocado de abóbora (+/- 300g)
  • 1 cenoura
  • 1/2 cebola média
  • 117g feijão verde
  • 3 folhas grandes de alface
4 x 160ml + 1 bocado


Com nabo, alho francês e alface
  • 4 batatas médias / pequenas
  • 2 cenouras grandes
  • 1/2 nabo
  • 1 parte branca de alho francês
  • 3 folhas grandes de alface
3 x 160ml + 1 bocado


Com alface, feijão verde e frango
  • 6 batatas pequenas
  • 4 cenouras médias
  • 1/2 cebola média
  • 3 folhas médias de alface
  • 117g feijão verde
  • 72g peito de frango
3 x 180ml, bastante espessa


Com feijão verde, nabo e peru
  • 6 batatas pequenas
  • 4 cenouras médias
  • 1/2 cebola média
  • 1/2 nabo
  • 121g feijão verde
  • 92g peru 
3 x 200ml + 1 bocado, consitência muito boa.


Com courgette, alface e peru
  • 2 batatas bem grandes
  • 4 cenouras médias
  • 1 cebola pequena
  • 220g courgette (descascada)
  • 4 folhas médias de alface
  • 118g peru
2 x 200ml + 2 x 180ml + 1 bocado, consistência boa.


Com nabo, couve lombardo e frango
  • 6 batatas médias
  • +/- 400g abóbora
  • 1 cenoura média
  • 1 cebola pequena
  • 1 nabo pequeno
  • couve lombardo "a olho" (a cobrir mais ou menos o fundo da panela)
  • 120g frango
2 x 200ml + 3 x 180ml + 1 bocado, consistência boa.


Com alface, feijão verde e pescada
  • 2 batatas médias + 3 batatas pequenas
  • 1/2 cebola média
  • 2 cenouras grandes
  • +/- 150g feijão verde
  • alface "a olho"
  • 2 medalhões de pescada
4 x 200ml + 2 x 180ml


Com couve lombardo, alho francês, nabo e maruca
  •  2 batatas grandes
  • 4 cenouras médias pequenas
  • 1 nabo médio
  • +/- 130g alho francês
  • 6 folhas de couve lombardo
  • 3 filetes de maruca (+/- 250g)
6 x 200ml + 1 x 180ml
Ficou um pouco espessa e por isso juntei um pouco da água de cozer o peixe.


Com feijão verde, courgette e frango
  • 2 batatas grandes + 1 batata média
  • 3 cenouras grandes / médias + 1 média / pequena
  • 1/2 cebola grande
  • +/- 240g courgette
  • +/- 100g feijão verde
  • +/- 195g frango
 4 x 200ml + 3 x 180ml

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